ao nomear-se a morte a possibilidade extrema, absolutamente própria, do homem, mostra-se que a origem da possibilidade está no homem ligada ao fato que ele pode morrer, que a morte é ainda para ele uma possibilidade. momento extremo da possibilidade do homem.
nós queremos definir, eis aí o princípio da exigência civilizadora, a essência do querer realizador que busca o acabamento, que pede a realização e encontra a maestria universal.
que no homem tudo seja possibilidade, uma afirmação dessa exige de início que a morte sem a qual o homem não poderia formar um todo, nem existir em vista de um todo, seja ela mesma poder, seja possível, seja o que torna tudo possível, seja o todo possível.
a arte é o exílio da verdade, o risco de um jogo inocente. ela afirma o pertencimento do homem ao fora sem intimidade e sem limite, lá onde ele é jogado fora do que ele pode e fora de todas as formas de possibilidade. como isso ocorre?
como, se ele é inteiramente possibilidade, o homem se dá uma arte? isso não significa que, ao contrário de sua exigência dita autêntica, ele tem com a morte uma relação que não é aquela de uma possibilidade, que não conduz à maestria, nem à compreensão, nem ao trabalho do tempo, mas o expõe a uma inversão radical?
então, o fim não seria aquilo que dá ao homem poder de acabar, de limitar, de separar, logo de apreender, mas o infinito, o maldito infinito, pelo qual o fim jamais pode ser transposto.
então, a morte não mais seria a possibilidade absolutamente própria, minha própria morte, mas ao contrário aquilo que não chega jamais até mim. de forma que eu não morro, mas "morre-se", morre-se sempre outro que si-mesmo, ao nível da neutralidade, da impessoalidade de um ele eterno.
a arte é o exílio da verdade, o risco de um jogo inocente. ela afirma o pertencimento do homem ao fora sem intimidade e sem limite, lá onde ele é jogado fora do que ele pode e fora de todas as formas de possibilidade. como isso ocorre?
como, se ele é inteiramente possibilidade, o homem se dá uma arte? isso não significa que, ao contrário de sua exigência dita autêntica, ele tem com a morte uma relação que não é aquela de uma possibilidade, que não conduz à maestria, nem à compreensão, nem ao trabalho do tempo, mas o expõe a uma inversão radical?
então, o fim não seria aquilo que dá ao homem poder de acabar, de limitar, de separar, logo de apreender, mas o infinito, o maldito infinito, pelo qual o fim jamais pode ser transposto.
então, a morte não mais seria a possibilidade absolutamente própria, minha própria morte, mas ao contrário aquilo que não chega jamais até mim. de forma que eu não morro, mas "morre-se", morre-se sempre outro que si-mesmo, ao nível da neutralidade, da impessoalidade de um ele eterno.
Maurice Blanchot - L'espace littéraire, Folio essais
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